25/06/2012

Livro 1: Cadeiras proibidas

Esse foi o primeiro livro que li na minha vida:


Seu nome é Cadeiras Proibidas, pelo brilhante Ignácio de Loyola Brandão, com 126 páginas.
Lembrete: o que tenho em casa é uma edição diferente da foto acima.
Como li ele há muito tempo, não lembrarei exatamente o que ocorreu no livro, mas encontrei algo que pode ajudar:

"Quem tiver coragem, que entre neste país fantástico, absurdamente real, onde todas as cadeiras são terminantemente proibidas. E os agentes de segurança estão em sua casa mas não estão. E não existem. E a orelha de um homem cresceu tanto que inundou a cidade. E o outro não podia entrar no cinema nem sentar na praça porque tinha um buraco na mão. E soube-se de um que ficou vendo (perplexo? impotente? indiferente?) seu filho ser devorado por um lagarto. E um que telefonou para si mesmo. E outro que matou a tiros todas as pessoas da família. 

(Quem vai conseguir sair desse cinema escuro em que a sessão jamais começa? Ou se entender numa cidade que vive inteira em função de imensa máquina? Ou libertar-se nesse país, onde todos, por lei, são obrigados a contar, num recenseamento eterno, seus próprios dedos, seus botões, seus fios de cabelo e tudo o mais que virem pela frente?) 

Tudo está em ordem. Mas letras caem dos livros, postem ficam moles, pedras gritam quando são pisadas, e todas as pessoas transformam-se em barbantes. E os homens lúcidos saem a contar mentiras e descobrem que a mentira é a verdade."

Essa é a sinopse que encontrei na contra-capa do livro e explicarei para vocês meu ponto de vista. 
A primeira vez que li esse livro, fiquei com um nó enorme na cabeça, pois, não entendia nada e para mim o livro não fazia sentido. Quando li pela segunda vez, pude esclarecer minha mente. 

Eu acredito que Ignácio escreve de forma clara (talvez nem tanto) sobre a forma como ele enxergava a nossa realidade política e social, que vemos até o memento presente. O que eu estou querendo dizer é: quantas vezes vocês já viram seus filhos serem devorados por lagartas? Talvez não desse modo, mas entendam 'devorado' como um 'consumidor' ( não lembrei de palavra mais apropriada) e 'lagarta' como 'drogas'.

Ou então, uma pessoa que apenas por apresentar um furo na mão, é excluída da sociedade em que vivia. Entendem o que quero dizer? O furo na mão é a metáfora para mostrar que certas diferenças, acabam nos excluindo do restante do mundo. E por coisas tão triviais, as pessoas são julgadas.

Muitas vezes, nos deparamos com situações além de nossa compreensão, ou simplesmente, passamos por ela como se nada houvesse, como atravessar uma porta de vidro sem nada sentir. Ou aquela vez em que todos os trabalhadores de uma determinada fábrica ficaram cegos. Não pense na forma literal, esse livro é um mundo de fantasias e metáforas, onde, ficar 'cego' talvez se refira à cego de ganância.

Existe muito o que aprender com essas 32 histórias. Caso queria ler, lembre-se de não pensar no sentido literal delas, hein? E sim na ironia contida em cada uma, e na mensagem por trás de cada metáfora. Mas, quem já teve a oportunidade de ler esse livro, conte-me como foi sua experiência. 

E quem nunca leu? Sente vontade de mergulhar fundo nessa literatura brasileira, na mente de um autor que compreende tão bem a mente humana?

Até mais,                              

Juliana Rodrigues. 


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