19/07/2016

Há uma primavera em cada vida:


... é preciso cantá-la assim florida, pois se Deus nos deu voz, foi para cantar! E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada que seja a minha noite uma alvorada, que me saiba perder...para me encontrar.... (Florbela Espanca). 

Bom dia! 

Hoje me deu uma saudade do tempo em que nos falávamos por e-mail. Assuntos que nunca se findavam, e sempre nos faziam um bem danado. Acredito que a vida tenha nos afastado, vagarosamente e de modo tão sorrateiro, mas, ainda temos bons motivos para permanecermos amigos, como sempre fomos. 

Ultimamente, não tenho nada de novo a contar. Percebi, mesmo a contragosto, que a vida está me tragando em pequenos frangalhos. Tenho estado exausta de mim, de minha vida, pois aquilo que permanece igual, não satisfaz uma alma de tamanha inquietude, tal como a minha. 

Tenho estado cansada, e até mesmo me afastado de pessoas que sempre me quiseram bem. Meu erro! Sempre fui o tipo de pessoa que gosta de ter um tempo sozinha, mas eu nunca gostei de, verdadeiramente, me sentir solitária. Existe uma beleza na dor, é ela a proveniente das minhas mais belas poesias. 

Mas, também existe algo de tão singular na alegria da vida. No amor que bombeia em nosso sangue. Na pureza de cada momento tão pequeno, que passa despercebido em nossos olhares desatentos. 

Eu ando tão tumultuada, que há poucos dias voltei a olhar para a luz que irradia do Sol. Quando saio pela manhã, ela aparece timidamente por trás das nuvens, mas durante a tarde, a beleza invade meus olhos, e me faz agradecer por mais um dia: o céu se mescla entre azul e rosa, e o sol vagarosamente desaparece. A cor se intensifica, até o tom mais escuro dar vida, e a lua tomar posse. 

Sei que pareço uma pessoa tipicamente de humanas, para você. Mas, corrija-me se eu estiver enganada: as maiores belezas da vida são aquelas que enxergamos com olhares de amor. 

Os sinos da Igreja tocam, como acontece a cada hora. Não fui para a missa, esse domingo que passou, mas ontem aproveitei para ir à Igreja, em meu horário de almoço, e rezar aos pés do Santíssimo. Eu estou mudando tanto, você sabe disso. Você sente isso! 

Ainda me pergunto o tipo de pessoa que eu pretendo ser, mas estou deixando que a vida me molde, segundo a sua maneira. Independente de onde eu for, ou o que me torne, não quero deixar de tê-lo em meus dias. 

Conte-me como estão as coisas contigo também! Aguardo seu retorno! 

Abraços, 

Ju. 

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Esse foi bem nostálgico, tem aquela essência dos velhos tempos, embora a sua escrita tenha evoluído bastante desde então. Esteticamente lembra bastante dos primeiros posts do Ser escritor(a).

    Belo trabalho, Julianna! Bela poesia em prosa.

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