31/12/2015

Que nos reste o que foi bom!


Este ano me mastigou, por inteiro, e agora está deglutindo os pedaços. Aos poucos. Quem sabe me desfazendo em milhares peças, não posso me encontrar inteira no final? 

Se fosse enumerar as tragédias que no mundo ocorreram, não sobraria espaço em tão poucas linhas para falar das coisas que foram boas. Aquelas que nos tomaram a curva de nosso sorriso, nos fizeram soltar suspiros de felicidade. Existiram tão bons momentos e de pureza singela, mas sinto em lhe dizer, meu caro, este ano não foi fácil, não. 

Mas ainda nos resta a glória de estarmos vivos, após tantas derrotas. E agora, isso me basta. Ah, e como basta! Pelo menos, por ora. Me cansei de tantas chuvas tempestivas que balançaram meu barco que nem pronto estava para navegar.

Não quero me gabar, mas de tantas batalhas travadas, nem todas elas tiveram resultados ruins. Também atingimos nosso êxito, afinal! Em tantos momentos que estive perdida pela escuridão, a sua luz sempre me bastou para que me guiasse pelo caminho que me restava.

Foi o ano que vi muitos partindo. Quando a dor me partiu. Quando fui forte nos momentos em que perdia horas de minha vida fazendo aquele Trabalho de Conclusão do Curso, apenas para ter mais um diploma emoldurado em minha parede, que em nada combina com a vida a qual tenho pretensão de levar.

E se me perguntar se valeu a pena, direi que cada segundo valeu.

Pois a vida me ensinou a agradecer mais pelas coisas boas, do que passar o resto de meus dias reclamando das ruins.

E das que não deram certo, então? Não, meu caro!

Não adianta vi aqui, agora, e reclamar uma vez pela imensidão de coisas que não deram certo. Aceite a sua parcela de culpa, e saiba que ficar aí no canto reclamando de tudo, nunca mudou a vida de ninguém.

Se quer que o ano novo seja diferente, então faça você a mudança acontecer. Pois assim que o relógio apontar meia noite, muita coisa ficará para trás.

O que quero comigo?

Que me reste apenas aquilo que me foi bom. Para as coisas ruins da vida, nós viramos a página e seguimos como sempre deve ser: Em frente!

29/12/2015

Star Wars: O Despertar da Força

 “As histórias são verdadeiras! Todas elas! O lado negro, os jedis! Eles são reais.” anunciava Han Solo no trailer de Star Wars – O Despertar da Força. O mesmo Han Solo que já havíamos visto em outro trailer, depois de anos sem pilotar a Millenium Falcon, entrar na icônica nave e avisar seu inseparável amigo: Chewie! Estamos em casa!

Ficava claro desde então que aquelas palavras não se direcionavam apenas ao Chewbacca. Num dos mais belos momentos de metalinguagem do cinema recente, Han Solo estava falando com a gente do lado de cá da tela. Nós, os fãs. Nós que durante mais de 30 anos pensamos nunca mais ver a Millenium Falcon voar em um novo filme de Star Wars, nós estávamos em casa.

Poucas vezes trailers foram tão honestos. O que Han Solo queria nos dizer é que o que estaríamos prestes a assistir não era apenas um filme sobre batalhas espaciais, sabres de luz e criaturas fantásticas numa galáxia muito distante. Era muito mais que isso. Este era um filme sobre acreditar nessas histórias e ama-las como se fossem reais. Um filme sobre nós, os fãs.

22/12/2015

Para onde levaram meu Ipê amarelo?


Éramos uma pequena família do interior. Não tínhamos nada na vida, a não ser nós mesmos, e por muitos anos, isso nos bastou. Os lagos eram de águas cristalinas, representavam a pureza que ainda existia em nossos corações enquanto crescíamos.

As folhas das árvores eram tão coloridas, que enchiam os olhos de esplendor. A minha favorita era o Ipê amarelo que ficava bem na porteira. Alta, de tronco marrom vívido e fino como um bambu. Os galhos que se estendiam pareciam uma bela cabeleira de mulher vaidosa: rica em cores. Detalhes tão impressionantes aos olhos, que nada passava despercebido.

O amarelo era tão intenso quanto a luz do Sol. E durante muitos anos, por mais que nada possuíssemos, o Ipê amarelo sempre foi nosso refúgio. Sempre foi o algo que não era nosso, mas de algum modo, nos pertencia.

Admirávamos a beleza que nele existia, e no desabrochar de suas folhas em toda Primavera. Era lindo de se ver. Lindo, lindo, lindo. Mas o tempo passou. E ele nos levou para outra direção. Vocês terão uma vida melhor, diziam. Vocês terão alguma coisa na vida. Algo pelo qual valha a pena viver. E nisso acreditamos.

Éramos uma pequena família do interior, que nada possuía a não ser sua bondade no coração. Éramos a família que não tinha tudo o que precisava para viver, mas vivia com aquilo que possuía, pois era o essencial.

Por muitos anos foi essencial, mas ali descobrimos que não cabia o amor que tínhamos no peito. A correria da cidade grande não permitia passagem para sentimento bom. Não, senhor! Tudo era pressa. Correria. Incompreensão. Já não conhecíamos mais nem a nós mesmos. Estávamos em outra selva. Metrôs sempre lotados. Correria para todo lado.

Trabalhar para ganhar a vida. Mas a vida já estava ganha, e eles desperdiçavam o pouco que tinham fazendo aquilo que não amavam. Para serem alguém na vida. Todos queriam ser alguém na vida. Mas tornavam-se apenas máquinas sem rosto em uma multidão.

Pareciam tão iguais, embora fossem diferentes. Em mim ainda habitava o velho sonho que tive um dia: de ser feliz com o pouco que tinha. A vida poderia até não ter dado muito à nós, mas sempre nos bastou o que possuímos um dia.

E ali, naquela selva de cidade, diziam que isso não era nada. Não havia importância nas pequenas belezas que sempre admiramos. Para onde levaram meu Ipê amarelo?

Por favor, o tragam de volta. Ele é o pouco que ainda me resta de esperança.

Cecília Albuquerque. 

20/12/2015

Lançamentos que você deve conferir

Todos que acompanham o blog já devem ter reparado na quantidade de postagens que fiz falando sobre algum livro da Editora Arwen. É uma Editora ainda iniciante no mercado, mas que já vem conquistando um vasto público com seus livros de diagramações excelentes, e escritores talentosos.

A Editora se tornou parceira do Ser Escritor(a), então em breve trarei resenhas de todos os livros que eu ler da Arwen.

Vamos conferir os lançamentos de Dezembro?

Sinopse de A Escolhida: 

Em uma cidade repleta de pessoas desconhecidas, Ari poderia ser apenas mais uma garota perdida na multidão, como tantas outras que foram abandonadas pelos pais. Através de sua aparência impecável e feições delicadas, ninguém conseguiria supor quem ela é e o que gosta de fazer: Ari é um anjo com sede de sangue, sempre disposta a ceifar novas vítimas.
Porém, tudo muda quando é capturada por dois feiticeiros e levada para o círculo, lugar onde eles vivem sob a liderança de Egran, um líder cruel que não mede esforços para conseguir o que quer. Em meio a tantas mudanças repentinas, Ari terá de enfrentar suas próprias convicções a fim de descobrir um lado seu que não imaginava existir. Será que o amor vai fazer brotar a alegria em seu coração? Ou ele irá arrastá-la diretamente para a morte? Ari será capaz de finalmente superar seu passado sombrio ou irá sucumbir a ele, deixando pelo caminho mais um grande rastro de destruição?
Lançamento: 04/12/2015. 

Sinopse Spettacolo: 
De um lado temos a história de Hiram, um misterioso e sedutor artista de circo que se apresenta fazendo shows com fogo. De outro, a história de Maria Luisa, uma moça insegura, levando uma vida monótona em uma cidade pequena do interior.
Ele possui segredos de um passado doloroso que desvenda com a ajuda de uma fotografia rasgada e o diário de sua mãe, morta no incêndio ocorrido durante o show de mágica quando ainda era criança.Ela sofre com uma mãe distante e um namorado indiferente, entediada com sua vida dolorosamente comum.
Eles levam vidas completamente diferentes, mas, de alguma forma, o destino os cruza durante um espetáculo em que Hiram é hipnotizado por um par de olhos azuis que o fitava, admirado, na plateia. 
Em meio a encontros e desencontros, seus estilos de vida serão postos à prova, fazendo-os encarar seus piores pesadelos e repensar tudo aquilo em que acreditavam na tentativa de viver esse grande amor.
Lançamento: 10/12/2015. 

Sinopse A Fada Madrinha
Uma princesa mal humorada. Um príncipe nada encantado e uma fada para lá de atrapalhada.
Isso vai terminar em casamento ou em uma grande confusão?
O sonho da fada Emily sempre foi ser responsável por um “Felizes para Sempre” e ela está disposta a tudo para realizar seu sonho.
A princesa Cate nunca quis o seu “Felizes para Sempre”, mas não está nada conformada com seu destino.
Harry não está nem aí para o “Felizes para Sempre”, só quer se livrar da chata da Cate.
Quando todos precisam trabalhar juntos para restaurar a ordem no mundo das fadas, o que era importante torna-se insignificante e grandes verdades são reveladas. Tudo com muito humor e diversão.
Lançamento: 14/12/2015. 

Sinopse de Lexus
Na cidade de Campos Elíseos, onde todas as condições de vida eram ideais, houve uma catástrofe de proporções inimagináveis. Tomados pelo terror, a verdadeira face da humanidade se revela ─ fria e cruel.
Bianca, uma adolescente comum, jamais imaginaria que faria parte da história. Jamais iria supor que ela seria a esperança para a cura da raça humana. Numa aventura cheia de perdas e de descobertas, só existe um objetivo: sobreviver.

Lançamento: 17/12/2015. 




Sinopse Diários de Extermínio, a guardiã (Capa oficial não divulgada). 
DESCUBRA, SOBREVIVA, DESEJE
O crepúsculo de todas as batalhas se dá nos momentos mais tenebrosos que existem. Assim como as noites mais obscuras, o mundo é um lugar sombrio, cheio de segredos.
Quando o universo estava afundando em seu momento de maior lástima, os Guardiões surgiram para trazer o alvorecer, a luz e a paz de volta ao universo, ao nosso mundo e à Terra. 
Meu planeta natal, Zodark, foi destruído pela ganância de meu povo, e a Terra está prestes a ser destruída também, pelo mesmo motivo. Mas eu não permitirei.
Meu nome é Lilian Moore, eu sou uma Guardiã, a que salvará a Terra e Zodark. Pelo menos é isso que eu espero! 
A Guardiã traz uma história épica, cheia de ação, aventura e ficção. Uma distopia feita para agradar a todos os públicos.
Lançamento: 30/12/2015. 

Todos os livros podem ser adquiridos aqui: Arwen Store
Não deixe de garantir o seu exemplar, e deixe nos comentários qual foi a capa/ sinopse que mais te interessou. 

Grande abraço, 

Juliana R. 

16/12/2015

Entrevistando: Sergio Rossoni, autor de Birman Flint

Sergio Rossoni é o mais novo parceiro do Ser Escritor(a). Conversei com a Assessora dele por e-mail, e ela foi a mediadora da entrevista que fiz com o Sergio, hehe. O meu exemplar do livro chegou hoje (e claro, farei a resenha dele assim que possível). 

Vamos conhecer um pouco sobre o Sergio? Ele é psicanalista (já simpatizei), escritor, ilustrador e músico. Possui um vasto currículo de realizações em sua vida profissional. Na carreira de escritor, Sergio usou influências da cultura russa na construção de seu livro. 

Ficou interessado? Então venha conferir essa entrevista super bacana que fiz com ele! 

Ser Escritor(a): Como você descobriu a vocação para a escrita?

Sergio Rossoni: A vontade de escrever nasceu da paixão por livros. Desde pequeno, sempre estive acompanhado por livros de aventura e ficção, além de adorar desenhar pequenas histórias que eu mesmo criava adaptando personagens do cinema. O desejo de escrever histórias de aventura sempre me acompanhou de alguma maneira, porém, foi como psicanalista que passei a escrever alguns artigos desenvolvendo assim o hábito da escrita, buscando mais tarde em oficinas literárias, a melhor maneira para desenvolver algumas técnicas que me ajudaram e ajudam muito no processo de escrita.
Quanto a descoberta da vocação, acho que ainda estou descobrindo isso, com muita vontade e entusiasmo.

S.E.: A trama do seu livro, Birman Flint e o Mistério da Pérola Negra, teve por base a cultura russa, e em especial, o assassinato da família Romanov. Como tudo isso lhe inspirou na construção do livro?

S. R.: Acho fascinante e triste o mistério em torno do assassinato dos Romanov. Um período da história que parece atrair muitos historiadores ainda hoje, onde personagens como Rasputin ainda encantam não somente estudiosos, mas principalmente o imaginário coletivo.
De alguma maneira, o cenário juntamente com a cultura russa, isto sem contar com sua arquitetura incrível, foram objetos do meu interesse muito antes de começar a escrever o livro. Sou apaixonado por história e costumo me aventurar pesquisando sobre alguns países que de alguma forma combinam com a minha personalidade.
Quando comecei a escrever Birman Flint, de alguma maneira a Russia e sua história se fizeram presentes de maneira automática, inconsciente, e sabia que a  trama, de certa forma, acabaria por envolvê-lo numa aventura por terras cuja beleza se contrastava com sua frieza e escuridão, como a Russia daquela época, onde conspirações políticas acabaram por derrubar a dinastia Romanov. Quando imaginava Flint, o via mergulhado neste universo, porém, num mundo imaginário, convivendo com personagens que de certa maneira, representam algumas destas figuras, como se assim, pudesse reescrever seus destinos.

10/12/2015

Lispector, Lispector: 38 anos sem a Grande Bruxa da Literatura Brasileira

Ontem (09 de dezembro), fez 38 anos desde que a grande Clarice Lispector faleceu. Uma das maiores influências na literatura brasileira, Clarice foi uma mulher de grande personalidade e ar misterioso. Tanto, que suas obras literárias são objeto de estudo de diversos especialistas no mundo, e muitos deles ainda não conseguiram desvendar as complexidades que existiam por trás das palavras de Lispector.

Considerada a maior romancista do Brasil (não é para menos), ela escreveu para jornais desde cedo, e possui diversas crônicas que foram publicadas no Jornal do Brasil, possui 9 romances, 9 livros de contos, 4 livros infantis, e fora 11 livros publicados postumamente (com compilados de crônicas e contos que ela havia escrito).

Clarice escreve de uma forma bagunçada. Como se não se incomodasse em passar para o papel tudo o que lhe vinha à mente, por mais que não se encaixasse no texto desenvolvido. E, apesar da forma 'bagunçada', ela criou seu próprio estilo de fazer de sua escrita uma verdadeira arte, extremamente revolucionária para a época que viveu, trazendo diversas reflexões sobre a alma humana.

Um exemplo de mulher, uma inspiração de escritora.

Reuni algumas obras da grande escritora, para quem não leu nada que ela já tenha escrito, vale a pena a leitura. Mas mergulhe com todo seu coração nas obras de Clarice, pois ela vai transbordar sua alma!

Sinopse: A escultora G.H. nos conta sua experiência vivenciada a partir do instante em que entra no quarto da ex-empregada, vê o surgimento de uma barata no guarda-roupa e a esmaga na porta. Daí em diante, tomada por uma mistura de medo e repulsa, G.H. vive com a barata durante horas e horas a sensação de ter perdido a sua "montagem humana". A incapacidade de dar forma ao que lhe aconteceu, a aceitar este estado de perda, a leva a imaginar que alguém está segurando a sua mão. Desta maneira, o leitor passa a viver junto com a personagem esta experiência singular.

Trechos: “O que eu era antes não me era bom. Mas era exatamente desse não-bom que eu havia organizado o melhor: a esperança. De meu próprio mal eu havia criado um bem futuro. (…) Terei que correr o sagrado risco do acaso. E substituirei o destino pela probabilidade.

“Minha pergunta, se havia, não era: “que sou”, mas “entre quais sou”.


Sinopse: Como em todas as obras de Clarice Lispector, Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres é um ponto de vista feminino a respeito da vida. Lóri, na verdade, é a personagem central, enquanto Ulisses ocupa um papel secundário, mero referencial para os pensamentos e atitudes de Lóri. O livro conta, acima de tudo, a viagem empreendida por Lóri em busca de si própria e do prazer sem culpa. Uma viagem na qual Ulisses funciona como um farol, indicando onde estão os perigos e o caminho correto para a aprendizagem do amor e da vida.

Trechos: "E 'eu te amo' é um farpa que não pode se podia tirar com uma pinça." 

"E o que o ser humano mais aspira é tornar-se 'humano'." 

"Você precisa andar de cabeça levantada, você tem que sofrer porque você é diferente dos outros (...) Você não precisa de companhia para ir, você mesma é bastante. 

04/12/2015

#1. O mundo precisa do que você tem a proporcionar!


Estou começando uma série de dicas para novos escritores, sobre algumas coisas que aprendi durante estes anos. Sei como é complicado achar um caminho com tantas possibilidades, e quando você começa algo, não sabe muito bem como deve prosseguir.

Mas, você sabem o quão árdua é a jornada do escritor. Tá achando que é só sentar na frente do computador, e escrever um arquivo com um monte de baboseira, que estará pronto? Não! Não é só escrever. O processo da escrita exige esforço. Noites sem dormir. Pesquisas intensas. E quando você acha que já escreveu tudo o que podia para o seu livro, irá perceber que ele até pode estar finalizado, mas não estará pronto.

E para ser sincera, ele nunca estará completamente pronto. Sempre haverá algum detalhe que poderia ser diferente. Algo que você achará que está ótimo, mas meses após, perceberá que não deixaria aquilo do jeito como está.

Diante de tanto trabalho e dor de cabeça que você terá no futuro, é importante nunca desistir. E posso te afirmar: você pensará em desistir inúmeras vezes antes de conseguir chegar onde quer. A diferença entre aqueles que realizam o sonho, para os que não conseguiram, está na persistência.

Lembre-se do seguinte: Onde você está no momento em que desiste, é o mais próximo que esteve de realizar o seu sonho. Certo? Então não pense em desistir, independente das adversidades que você encontrar pelo caminho.

Escrever é uma arte. E nenhuma arte é igual à outra. Ninguém no mundo pode proporcionar aos leitores aquilo que só você poderá proporcionar para eles. (E para aqueles que estão lendo, não são escritores, mas possuem algum sonho, o conselho é válido da mesma forma). Só você pode dar ao mundo o que você guarda dentro de si.

E quer saber de mais uma coisa? Existirão diversas pessoas por aí dizendo que já existem muitos escritores no mundo, e que talvez isso não seja para você. Mas tudo bem. Não importa o que os outros digam. O que conta, é esse sentimento que bate forte no seu peito.

Quer ser escritor? Então pare de dar ouvidos às regalias alheias, e vá traçar o seu caminho. O mundo precisa daquilo que você tem a proporcionar, pois a sua arte é única. Então, faça bom proveito!

Fiquem ligados. O próximo Guia do Escritor será sobre Como Iniciar o Livro. E não se esqueçam de curtir a página da Rainha da Epifania no facebook. 

Abraços,

Juliana R.

02/12/2015

Resenha: Preciso te contar um segredo, M. S. Alves


Conheço o Matheus há algum tempo, pelo Facebook. Ele me enviou esse livro faz mais de 1 mês (embora só tenha chegado a exatamente 1 mês atrás), e agora que estou desempregada e sem escola, resolvi de uma vez por todas iniciar a leitura. 

O livro é bem fino. Tem apenas 165 páginas, foi publicado pela Chiado Editora em 2015. 

Sinopse: Em uma viagem pela juventude atual, "Preciso te contar um segredo" mostra a ideia de vida pela perspectiva do protagonista Bruno. Um garoto vivendo exposto às drogas, mas que foi diagnosticado com medublastoma - um tumor nas células neurais - tendo seu tempo de vida encurtado drasticamente. O livro apresenta, de forma implícita, como boa parte dos jovens têm noção de suas inconsequências, mas mesmo assim estão dispostos a pagar por estas. Junto ao seu amigo Marcel, Bruno faz o possível para tirar algum proveito dessa desventura. 

Com um título para lá de instigante (que por acaso, também é a primeira frase do livro), Matheus fala sobre Bruno Green, um jovem que acabou de descobrir que está com câncer no cérebro, e com poucas semanas de vida. Bruno deve lidar com as consequências disso, mas tenta viver a vida o quanto pode: através de sexo sem compromisso, ida em festas, e pelo consumo de maconha. 

E, claro, ele não está sozinho nessa: seu melhor amigo, Marcel, o incentiva cada vez mais a consumir estas coisas. Somos apresentados aos poucos à outros amigos do protagonista, e tenho que dar ponto para a criatividade do autor na escolha dos nomes de alguns personagens: Pâncreas e Freud (sim, Freud como o Psicanalista! haha).

De início, só o Marcel (além da família do Bruno), sabe sobre a doença, mas depois ele conta para seus amigos o que está acontecendo.

O livro se torna um tanto confuso em algumas partes, mas é por causa das alucinações que o Bruno tem que enfrentar, então vez ou outra, encontramos algumas partes que parecem desconexas, mas representam uma das consequência da doença dele.

E com o tempo, nos acostumamos aos momentos completamente fora do comum, e ainda mais, aos pensamentos filosóficos que surgem a partir disso. 


A linguagem do livro é bem jovial, tanto que em alguns momentos senti que eu fazia parte de uma grande conversa com o Bruno, e não que aquilo tudo era parte de um livro. De forma descontraída, o Matheus faz inúmeras referências (principalmente à músicas que conhecemos), e escreve tudo com uma boa dose de humor, enquanto dosa com o peso que a doença tem.

Gostei especialmente do capítulo final, principalmente a última frase. Foi uma ótima reflexão que, sem sombra de dúvidas, toma um pouco de nosso tempo para pensarmos sobre aquilo. E outro detalhe bem diferente que gostei também, foram os pensamentos de cada personagem após o último capítulo. Bem criativo!

Os únicos pontos que não gostei na narrativa, foram os acontecimentos que se desenvolveram de uma forma muito rápida, e a falta de detalhamento para os personagens e ambientes. Mas dá para relevar! ;)

Recomendo aos amantes de literatura nacional.

Onde comprar: Livraria CulturaChiado Editora, ou diretamente com o autor: Matheus S. Alves
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Abraços,

Juliana R.