Faz pouco tempo que conheci a Juliana (belo nome, por sinal), e seu primeiro livro, Uma canção para a libélula. Sabe aquele livro que atrai pela capa e título, e acaba te prendendo pela trama? Pois então! Mas deixando a libélula de lado, vou falar sobre as primeiras impressões que tive sobre o próximo lançamento da Ju, O lago Negro, em breve, pela Editora Arwen.
Ela enviou por e-mail as 20 primeiras páginas (Capa + dedicatória + prólogo + capítulo 1) do mesmo, à mim e muitos outros blogueiros que toparam fazer parte desse desafio: ler o início do livro, e fazer uma pequena resenha sobre o que achou e suas expectativas para o restante.
Sem mais delongas, vamos ao que interessa.
De início, somos apresentados ao clima sombrio e gótico do prólogo. Pareceu-me um cenário frio e distante, por se tratar de um sonho. O protagonista estava sonhando, dentro da mente de V. Entre o diálogo dos dois - desde o início, quando ela se pega surpresa por ele ter voltado para encontrá-la, até o desenvolver da cena -, tive a impressão de que eles são amigos de longa data. Ou, quem sabe, um casal de namorados que tiveram seus destinos separados, encontrando-se uma vez mais em um sonho.
Uma lembrança. Um delírio!
- Qual a cor dos olhos das outras garotas com quem você sonha? - perguntou-me com a voz monocórdia.
- Não sonho com outras garotas.
- Não minta.
- Eu nunca mentiria para você.
O diálogo torna-se confuso, misterioso. Embora possa causar uma leve confusão para o leitor, notamos que o mistério se apossará desse livro intensamente, e todos os detalhes serão melhor explicados. Mas nada entregue tão facilmente assim!
V transforma-se bem diante dos olhos do narrador. Tornou-se uma criança novamente, uma pequena garotinha (agora com os cabelos mais claros) indefesa. O narrador também rejuvenesce, o que nos leva à possibilidade dos personagens se conhecerem desde que são crianças.
Eu amava aquela garota, só conseguindo sentir isso de verdade quando estava sonhando.
Ela diz que ele deverá encontrá-la. V não pode dar explicações suficientes para ele agora, mas ele alega que nem a conhece. Ou será V um delírio de sua mente? O prólogo nos instiga por não sabermos qual a ligação entre os dois personagens.
De forma sutil, o Lago negro é introduzido ao livro. É apontado em uma citação ou outra, sob o olhar atento do narrador que faz uma metáfora entre os olhos dela (ondas calmas refletidas diretamente nos olhos dela). Ondas calmas de um lago muito tempestuoso.
O que é o lago negro, afinal?
Muitas dúvidas e incertezas surgirão no decorrer desse prólogo muito bem elaborado e escrito. E mesmo com diversas perguntas formulando em sua mente, acredito ser esse o propósito do livro: prender a atenção pelo mistério, e ir desvendando aos poucos cada dúvida formulada.