17/03/2015

Amores são como livros!


Já fiz diversas comparações sobre o amor. Como definir aquele cara que passa pela sua vida, e deixa apenas lembranças daquilo que um dia foi muito bom? Ou então, aquele que chegou ao acaso, como quem não queria nada, vai conquistando aos poucos, mas quando vai embora, devasta e deixa um vazio?

Ora, pois! Amores são como livros. E isso não é só papo de escritora.

Existem aqueles que escolhemos pela capa. É o famoso carinha bonito do ônibus, o livro da prateleira do meio na livraria. Quando conhecemos o conteúdo, nem sempre fazem valer a pena. Deveria ter ficado só admirando de longe mesmo, e não ter levado pra casa.

Você pensa, provavelmente, depois da primeira grande decepção. Quando o inevitável fim chega.
Existem aqueles que aparecem ao acaso, mas deixam algo tão marcante. Aqueles que você vai lembrar, muito provavelmente, mesmo depois de ter terminado cada página, rezando para ter uma continuação. Mas nem toda continuação é tão boa quanto o primeiro livro, e prolongar demais, torna algo que antes era tão bom, em mais uma historinha que vai ficar na lembrança.

Assim são os livros. Assim são os amores.

Existem os clássicos. Esses são interessantes. Você talvez não vá gostar tanto dele de cara. Mas, em algum momento no futuro, eles vão retornar para a sua vida. Em um momento em que esteja preparada para eles, e você perceberá que a leitura não era tão difícil assim quanto imaginava.

Embora ainda não seja fácil. Vai perceber que existem livros que devem ser lidos no momento certo da vida, para não ser estragado o prazer da leitura. E instantaneamente, vai se apaixonar. Ou não. E pode preferir nunca ter chegado a lê-lo, mas de algum modo, ele tá modificará por dentro. Eles sempre mudam.

Tem os best seller. Todo mundo já leu, todo mundo já pegou. É o popular entre a galera.
Existem os pequenos. Aqueles companheiros de uma noite só, depois nunca mais. Têm aqueles que você vai passar longos dias lendo. E cada página será mais prazerosa do que a outra. Te fará rir, mas também irá te fazer derramar algumas lágrimas. Mas tudo bem. Os melhores livros, e os amores que mais marcam, são aqueles capazes de despertar em ti uma intensidade de sentimentos. Sejam bons. Sejam ruins. Mas que sejam marcantes.

Têm aqueles que lhe darão um aperto no coração, antes de tudo acabar. E outros, um suspiro de alívio. Existem aqueles que te marcarão por um dia. Mas tem aqueles, que mesmo depois de acabarem, deixarão uma marca enorme em você. Para toda a vida.

Existem livros para todos os gêneros e gostos. Se você ao achou o seu ainda, talvez ele só esteja no fundo de uma prateleira qualquer daquela biblioteca que você sempre passa na frente. O acaso só não fez conhecê-lo ainda, mas quem sabe, um dia, por curiosidade, o Destino se desenrole.

De qualquer forma, sendo o livro ideal ou não, todos eles vão deixar um pouquinho do que são em você. E vão levar um pouco de ti, para consigo. A saudade pode vir. Você pode até pensar em relembrar, fazendo uma releitura da obra. E lê-las quantas vezes mais achar necessário. Só não se esqueça que, nenhuma releitura tem a mesma intensidade da primeira vez.

09/03/2015

Melancônico


As vezes, um pequeno detalhe pode mudar todo o seu dia, transformando todos aqueles sentimentos bons que invadiam-lhe seu peito, permitindo-se ser tomada pela intensa amargura, onde, agora com olhares de pessimista, você vê a tudo com tristeza. 
As portas se fechando para você, as janelas voluptuosamente, fechadas pelo forte vento. 
Vento este, de nome "realidade". 
A realidade é a pior inimiga das emoções, maior aliada da razão. 
Faz com que os mais simples gestos sejam a contra-gosto interpretados. 
Essa é a angústia. 
Invadindo mais uma vez. 
Há dias que já acordamos com vontade de desabar. 
Por tudo. 
Por qualquer ponto solto, que vai se tornando uma enorme teia. 
Há dias que acordamos com aquela imensa vontade de derramar nosso peito em lágrimas, até que cada uma delas lave cada pedaço de nossa alma. 
Há dias, que por mais que queiramos, essas lágrimas não saem. 
Não descem goela abaixo. 
Mas uma coisa é certa: até mesmo esses dias, os piores, apresentam algo bom. 
Basta saber a direção certa a olhar quando tudo estiver vazio... 



* Texto escrito em Dezembro/2014. Entretanto, perfeitamente adequado para essa tarde chuvosa de segunda-feira.