31/03/2014

As facetas da indiferença!

“O amor está mais perto do ódio do que a gente geralmente supõe. São o verso e o reverso da mesma moeda de paixão. O oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença...” – Érico Veríssimo

Entre todos os sentimentos possíveis, a indiferença é o pior deles. Talvez, pelo fato de não ser exatamente um sentimento. É um nada, perdido no vazio de um peito cansado de sentimentos demais. Cansado de amar demais. Cansado de odiar demais.
A indiferença que mais nos afeta, diretamente, é aquela que sentimos no lugar onde já existiu amor. Reencontramos alguém que em um passado, tanto amamos, mas naquele momento, seu rosto aparenta ser apenas mais um. Um mero conhecido, que na realidade agora desconhecemos. Não existe mais nada ali. Todo o amor dedicado, apenas faz parte de um passado, aparentemente distante, mas fazia pouco mais de quatro meses. Toda a raiva do abandono, dissipada, como se nunca tivesse acontecido.
Nada.
É triste, e estranho ao mesmo tempo, não conseguir sentir mais nada. Nem por nada, ou ninguém. A única coisa que sempre resta, é escrever sobre o assunto. Isso não é relembrar. Isso é apenas tomar mais lições de vida. Tudo o que vivemos a cada instante pode servir de lição, só depende da sua percepção de vida, e ter maturidade o bastante para enxergar isso. Simples assim.
A indiferença é a linha tênue que separa o amor da raiva. Pode não ser o melhor caminho, mas muitas vezes é menos angustiante do que permanecer no eterno amor e ódio. Uma hora cansa, e saber parar de dedicar qualquer tipo de sentimento a quem não é merecedor, é bem mais aliviador.
Muito mais, pode acreditar.
Já dizia Anatole France: “Preferia sempre a loucura das paixões à sabedoria da indiferença.” Será mesmo?
Mas, a indiferença que me intriga não é essa. Não, não. Deixar de amar para o nada sentir não é algo que torture. O duro mesmo, é ver a indiferença de pessoas boas diante de situações ruins. Daqueles que não conseguem sentir, independente da situação. Isso sim é intrigante. Não conseguir estender a mão para quem caiu, não impedir aquele que derruba.


P.S.: Este não é um texto para fazer sentido. É para ser sentido. 

2 comentários:

  1. Você me ganhou com o PS. Adorei o texto :)

    Kisses on your heart,
    Letícia <3
    www.coracaodeescritora.blogspot.com.br

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    1. Haha, o P.S. não ia fazer parte... mas parei pra pensar, e ele foi uma parte necessária do texto.
      Obrigada,

      beijos.

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