15/01/2014

Arriscar!

Existe uma fase na vida (várias, para ser mais sincera), em que você cansa de tudo o que te cerca. A mesma vidinha banal e normalzinha de sempre, e outras inhas mais que enchem o saco. O mesmo corte de cabelo sem graça, a mesma cara de sonsa, o mesmo perfume barato... e por aí vai. A mesma escrita clichê, os mesmos dias sem sentido, as mesmas pessoas que não lhe entendem, até os sentimentos iguais à anos atrás.
Não sinto medo de mudar. Pelo contrário. Poderia mudar radicalmente, me desfazer do cabelão e pintar o que sobrar de uma cor exótica. Encher meu corpo de tatuagens e começar a malhar. Aprender algum esporte radical, e sem ser radical também (sou o Sheldon Cooper dos esportes). Poderia fazer da minha vida um horizonte vazio de coisas que não fazem sentido para mim, apenas para tentar me sentir menos vazia por dentro.
Tenho a impressão de que nada está mudando, nada se movimenta. Tudo parece tão igual, todos os dias. Sei que de minha vida não tenho muito do que reclamar, ela só está melhorando. Mas de uns tempos pra cá, sinto falta da sensação gostosa de adrenalina. De correr perigos desnecessários, mas me safar, sã e salva.
Sabe quando se está aprendendo a andar de bicicleta, e sem medo de cair e quebrar alguns dentes, você abre seus braços ou fecha os olhos, e quando menos percebe, está no chão com alguns machucados expostos? Aquela sensação boa que persegue a boca do estômago ao descer uma rua longa e perigosa, ou pegar o skate do irmão mais velho e andar sem medo do que vem pela frente.
Quero fugir sem ter onde me refugiar. Quero um abraço tão apertado que mexa comigo de forma enigmática e sensual. Quero a sensação de um amor diferente e despretencioso, que me faça quebrar a cara quantas vezes for necessário, para no final, perceber que a vida de solteira sempre será mais curtição. E que as noites com as garotas sejam as mais divertidas.
Poder beber até querer vomitar meus rins e fígados e ter simplesmente a liberdade incondicional de ir e vir quando eu quiser. Parar onde eu querer.
Quero poder escrever textos com mais intensidade e sentimentos, sem aquela preocupação do que os outros poderão pensar. Ninguém me conhece como eu, mas até eu mal me conheço. Não devo explicações. Quero amadurecer e deixar de ser tão criança. A vida tem que ser assim, uma eterna roda gigantesca: sempre em movimento, mas pronta para mudar. O que não vale é deixar de aproveitar o frio na barriga durante a descida.
2014 será o ano do aprendizado. Aprender a me importar menos, e dar mais importância ao que merece. Aprender a dançar (porque mexer o quadril até o chão não é difícil, quero ver aprender o resto), a não matar as aulas de Educação Física, e principalmente, fazer tudo aquilo que eu quero. Mas não vou deixar que isso ocorra ao longo do ano. O que eu quero tem que ser hoje, agora. Tenho sede de mudanças, de me regenerar e me tornar uma pessoa diferente cada vez mais.
Sinto que ainda não sou quem quero ser. Não sou eu mesma. Ainda vou demorar muito para me tornar a “Verdadeira Ju”, mas até que esse dia chegue, muita água ainda vai correr, muitas aventuras virão, muitos abraços, amassos, pessoas novas e antigas também.
O jeito é aproveitar todas as tentações da vida, nunca se sabe se elas voltarão um dia. 

8 comentários:

  1. Descreveu tudo o que sinto.
    Beijos, Lu :)
    http://escrevendoumlivrodicas.blogspot.com.br/

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  2. Nossa Ju...! Você acabou de descrever todos os meus sentimentos e pensamentos...

    Beijos Bella.

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  3. ótimo post. Parabéns.

    http://lendoumsonho.blogspot.com.br/

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  4. Adorei!! o post combinou super comigo,
    visita meu blog? é novo :)x

    http://preciosolivro.blogspot.com.br/

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