20/10/2013

Carrie, a estranha - Resenha

Um dos maiores livros de sucesso de Stephen King, Carrie, a estranha, ganhou mais um remake como filme, o qual estreou dia 18 de outubro desse ano nos Estados Unidos, mas no Brasil, sua estréia só está prevista para o dia 06 de dezembro desse ano ainda. 
Enquanto aguardo ansiosamente, eu li o livro (já que está na minha lista há séculos), e pretendo assistir as outras versões do filme.
Hoje, a resenha será só sobre o livro mesmo, e minhas impressões sobre o mesmo, confira: 

Sinopse: Carrie, a Estranha narra a atormentada adolescência de uma jovem problemática, perseguida pelos colegas, professores e impedida pela mãe de levar a vida como as garotas de sua idade. Só que Carrie guarda um segredo: quando ela está por perto, objetos voam, portas são trancadas ao sabor do nada, velas se apagam e voltam a iluminar, misteriosamente.

Aos 16 anos, desajustada socialmente, Carrie prepara sua vingança contra todos os que a prejudicaram. A vendeta vem à tona de forma tão furiosa e amedrontadora que até hoje permanece como exemplo de uma das mais chocantes e inovadoras narrativas de terror de todos os tempos.

Com tantos ingredientes de suspense, Carrie, a Estranha logo se transformou num enorme sucesso internacional e passou a integrar a mitologia americana. Ao ser transportado para as telas, em 1976, pelas mãos de Brian de Palma, teve a atriz Sissy Spacek e John Travolta em seus papéis principais.


Opinião: Comecei a ler o livro sem maiores expectativas. Não é bom esperar muito de um livro, pois você pode se decepcionar... ou ser completamente surpreendido. 
Ainda não decidi qual a sensação que tive ao terminar Carrie, mas certamente não saí "decepcionada". Não completamente. Claro que o livro teve alguns pontos bem fracos, mas a forma como Stephen conseguiu transferir os sentimentos da personagem, de uma forma indireta, mas ele o fez, e isso de algum modo mexeu comigo, e me fez refletir. 

Eles a esqueceram, você sabe. Transformaram-na numa espécie de símbolo e esqueceram que ela era um ser humano... - Página 94
Carrie sempre fora atormentada por todos a seu redor, principalmente por colegas de escola. Ela usava roupas estranhas demais para uma garota de sua idade, é calada, sem amigos nenhum e é tida como feia. Seu colegas a reprimiam, a tratavam como uma aberração, um monstro.
Isso, pois nem sabiam de toda a verdade.
Sua mãe nunca a deixara ser uma garota normal, era uma verdadeira fanática religiosa que conseguia levar à níveis extremos seu amor por Deus, de uma forma até mesmo assustadora.
A jovem Carrie tem sua menarca (primeira menstruação), aos dezesseis anos de idade, no banheiro feminino da escola. As garotas tiram sarro dela e tacam absorventes nela para humilhá-la.
Em sua casa, a mãe a prende em um armário com várias imagens de Deus irado, dizendo que se ela não tivesse pecado, a menstruação não teria vindo à ela.
Após o episódio do banheiro, uma garota se arrepende de ter rido de Carrie, e pede à seu namorado para chamá-la para ir ao baile.
Ela aceita, mesmo achando que ele está tentando criar mais uma situação para envergonhá-la. No dia do Baile de Primavera, ela é uma das garotas mais bonitas, mas nem poderia imaginar o final terrível que estaria por vir.
Não imaginaria o que uma das garotas mais populares da escola estava tramando para ela... assim como essa garota (Chris) não imaginaria que Carrie possui poderes telecinéticos, e poderia acabar com tudo... e todos.

Desde o início do livro, o autor já deixa claro o que havia ocorrido, mas sua intenção aqui era simplesmente contar como, e o porquê daquilo ter ocorrido.
Um ponto positivo do livro, é que ele é contado sob o ponto de vista de um autor onisciente, mas ao mesmo tempo são apresentados trechos jornalísticos, entrevistas com testemunhas (personagens do livro mesmo), para contarem como havia acontecido.
Uma ideia mais do que positiva, aliás, pois foi ela quem deixou o livro mais realista, fazendo o leitor acreditar que aquelas manchetes realmente pudessem ser reais.
Não gostei muito dos trechos onde eram apresentados os pensamentos de alguns personagens entre parênteses. Isso tira um pouco a atenção do leitor para a história, além de conter alguns erros (como a pontuação, por exemplo).
A narrativa de King é bem casual, e apresentam alguns palavrões.
Mas o que eu gostaria de chamar a atenção mesmo, é para a personalidade de Carrie.
 Essa é a menina que continuam chamando de monstro. Quero que tenham isso em mente. A menina que se contentava com um hambúrguer e uma cerveja de dez centavos depois de seu único baile na escola, para não preocupar a mãe. - Página 100
Apesar de todo seu ódio por aqueles que a haviam reprimido durante esses anos, e das coisas terríveis que faz no final, tive um sentimento de compaixão pela protagonista.
Talvez essa seja uma grande obra de horror não por derramamento de sangue, mas pela forma como ele é assustadoramente real  e da forma como o autor passa isso para nós.
Senti que a telecinesia dela foi apenas uma forma como o autor conseguiu de vingar pessoas que são diariamente reprimidas ao nosso redor.
O que me fez parar para pensar foi ver a forma com Carrie foi injustamente julgada, pelo modo de se vestir, ou se portar. Ninguém tinha pena da pobre garota, ela era tratada como monstro, por ser diferente, por aqueles que eram iguais uns aos outros.
O que me assombra é perceber que este é um tema totalmente atemporal, pois após tantos anos após seu lançamento, ainda vemos nas escolas pelo mundo pessoas excluídas por não se encaixarem na sociedade onde todos deveriam agir do mesmo modo.
Pessoas essas que são completamente desumanizadas, como se não tivessem sentimentos.
No caso de Carrie, de tanto a tratarem como um monstro, eles fizeram com que ela se tornasse um monstro de verdade.

Não consigo exprimir tudo o que senti ao ler o livro, é algo que não dá para retratar em uma simples resenha.
Pode ser que você, caro leitor, resolva ler este livro e pense que exagerei quanto à meu ponto de vista, pode ser que concorde, mas, apenas queria dizer que, embora não tenha sido um dos melhores livros que já li, certamente me marcou. 

4 comentários:

  1. Já ouvi falar bastante nesse livro, mas não sabia que era tão interessante, como a rejeição das pessoas influencia na vida dos outros, queremos ser livres e originais, mas deveria ser possível ser assim e também ser aceito e fazer parte.

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    1. Olá Dani! O livro é sim interessante, embora não tenha gostado de algumas coisas, vale a leitura ;-)

      Beijos.

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  2. Juu, confesso que havia um bom tempo que não lia um post por inteiro seu :p Mas isto foi devido ao meu tempo.. Lamento por isso. Enfim, juro que nunca li uma resenha tão perfeita e tão.. Misteriosa! Adorei a história da adolescente excluída, pois retrata a vida de muitos jovens hoje em dia. Esses poderes sobrenaturais também me intrigaram muito! Simplesmente amei >3<

    Beijinhos,

    Juu-Chan || Nescau com Nutella

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    1. Olá Ju! Sem problemas, hehehe. A história é realmente boa, poderes sobrenaturais sempre rendem o que falar, kk.

      Beijos.

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