Rainha da Epifania : Um amor de Natal

Um amor de Natal - Capítulo 1

Courtney

Foi justamente escutando o conselho de Vanessa que resolvi desenterrar meu passaporte, que sinceramente não sei como encontrei no meio de tanta bagunça, e fiz uma viagem.
Roma sempre foi uma cidade do meu agrado, e não via motivos para não vir para cá, afinal, uma cidade tão linda e romântica...
Romântica até demais.
Muitos casais apaixonados passeiam por aqui, de mãos dadas e dando beijos no meio da rua. É quase como esfregar na minha face: Haha, você está alone.
Não gosto disso.
Namorados que se pegam na rua são muito... metidos.
O ponto positivo: Roma é uma cidade linda.
Cheguei aqui cedo, e estava pensando em visitar o Mercatino di Natale di Pazza Navona, mas não havia ninguém que eu gostaria de presentear, nem a mim mesma.
Ainda faltavam 10 dias para o Natal, mas a cidade estava toda enfeitada, era algo realmente lindo de se ver.
Se eu soubesse que ficaria tão fascinada no primeiro dia. Tudo estava dando certo...
Tive uma sensação estranha...
Quando tudo está dando certo, sempre há uma desconfiança.
Bobagem!
Eu deveria aproveitar esse belo lugar, ao invés de ficar preocupada por nenhuma desgraça ter acontecido ainda.
Estava andando tão distraidamente, que mal percebi quando uma pessoa me puxava levemente.
Na verdade não estava me puxando, e sim minha bolsa.
Quando me virei, ele puxou-a totalmente e conseguiu arrancá-la de mim.
- Ei, você!!!!! - gritei e saí correndo desesperadamente atrás dele.
Foi apenas eu pensar no assunto que algo acontece... mas foi pior do que eu esperava. Tudo o que eu tinha estava, ou dependia da bolsa.
- ALGUÉM AGARRE ELE!!!!!! - gritei, mas ninguém estava disposto a me ajudar.
Eu estava quase perdendo-o de vista, quando um moreno alto apareceu, e derrubou o ladrão, recuperando minha bolsa.
- Creio que seja sua, mademoiselle! - ele falou, encarando-me bem, com seus olhos demasiadamente azuis.
Seu sotaque não me era estranho, e o fato de ter usado a expressão mademoisselle no final da frase me fez crer que ele é...
Francês.
Ok, não precisa ter muita inteligência para chegar a essa conclusão.
- Ah...ah... sim...é...minha. - respondi, arfando de apreensão. - Obriga... ah, merci.
- Não se preocupe, eu falo sua língua perfeitamente.
Nem tanto. Pensei, notando seu sotaque forçado.
- Ah, mais uma vez... obrigada.
- Não tem de que. - ele disse, levantando levemente sua boina, e saiu andando.
Fiquei ali, pensando no que acabara de acontecer, e no quanto a presença daquele homem exercera algo sobre mim...
Bobagem...
Esse havia sido apenas meu primeiro dia aqui... muito ainda estaria por vir.