16/11/2012

Capítulo 2 - Parte 5

No capítulo anterior:

"- Volte às 20h00 de hoje. Nesse mesmo lugar. Sozinha.
Quando me virei para perguntar-lhe, ela tinha sumido."

Capítulo 2 - Parte 5 - Uma noite no cemitério 

Sei que não é nada confiável acreditar em uma garota que se encontra duas vezes e se recusa a dizer o próprio nome, mas ela não me parece ser do tipo trapaceira. 
Desde que eu voltara do cemitério eu estava pensativa, e meus avós perceberam isso.
- Algum problema, meu bem? – perguntou vovô.
- Não, nada. – respondi, respirando fundo e tomando uma decisão, completei. – Hoje irei ao cinema com Catherine e Cáthia.
- Tudo bem. Eu posso levá-las.
- Não! – eu exclamei, quase gritando. – Nós não queremos incomodá-los.
- Não será incômodo nenhum. - vovó respondeu, assustada com meu grito. 
- Eu sei, vovó. Mas nós tínhamos combinado que a mãe de Cáthia iria levar-nos.
- Está bem. A que horas ela passa aqui?
- Ela não passará. Eu tenho que ir de ônibus até a casa dela, pois a casa já está à caminho do cinema.
- Fará bem para você sair um pouco. – disse vovô, um pouco desconfiado. – Que horas vocês voltam?
- Das 21h00 às 22h00. Não se preocupe.
Dizendo isso, eu saí em direção ao meu quarto. Tranquei a porta.
Meu celular apresentava 3 chamadas perdidas, ambas de Catherine.
Retornei a ligação.
- Me desculpe, Catherine, mas hoje não dá. Quero ficar aqui em casa e descansar. Estou com dor de cabeça.
Desliguei o telefone, colocando-o novamente sobre o criado-mudo.
Eu estava mentindo para meus avós e mais ainda para minha melhor amiga, apenas para encontrar uma garota misteriosa em um cemitério no meio da noite.
Nada fora do comum, mas eu deveria ter cuidado.
Olhei para o relógio. Era 19h00. Provavelmente eu chegaria atrasada, mas não tinha importância.
Tomei um banho rápido e me arrumei mais rapidamente ainda.
Eu precisava parecer bem vestida, para que meus avós não desconfiassem, e ao mesmo tempo,  teria que estar confortável.
- Estou indo. – avisei, pegando uma pequena bolsa e minha carteira.
- Tome cuidado querida! E avise quando estiver voltando para irmos buscá-la no cinema.
- Não vejo necessidade disso, vovó.
- Eu tenho experiência de vida meu bem. E eu tenho que te manter em segurança.
Franzi o cenho e olhei para ela.
- Em segurança do que?
- Desculpe sua velha avó. As vezes, ela fala coisas sem pensar. – vovô disse.
Achei aquilo um tanto estranho, mas eu não poderia indagar aquele assunto, pois o ônibus estava prestes a chegar.
***
O cemitério era bem iluminado naquela hora da noite. Alguns corpos eram velados e vários parentes sentavam-se em bancos, na mesma estrada de terra a qual eu passara.
Algumas pessoas olhavam curiosas para mim, como se imaginassem o que uma garota como eu estava fazendo ali, sozinha, àquela hora da noite.
O cemitério fecharia em meia hora, então eu deveria ser rápida.
Adentrei o outro caminho, pelo qual eu havia encontrado a mascarada.

Essa trilha estava má iluminada no início, mas quando cheguei exatamente ao meio, um brilho intenso ofuscou minha visão.
Em seguida, ele clareou e eu retornei a ver.
Olhei ao redor mas não encontrei a mascarada.
Virei-me novamente para a frente.
Encontrei um objeto estranho que chamou minha atenção. Era uma espécie de diário, com a capa toda enrugada e envelhecida pelo tempo. Ele apresentava um cadeado pequeno, mas eu não encontrei chave alguma.
A parte de trás um nome estava escrito, em uma bela caligrafia.
Sarah Dolman
Que estranho. Ela tinha o mesmo sobrenome que eu.
- Ei, garota! Você está aí? – perguntei, mas o que me veio como resposta foram pássaros cantando baixinho no silêncio da noite.
- Eu sei que você está aqui! É essa tal de Sarah Dolman? É parente minha?
Dessa vez, eu senti passos atrás de mim, e virei-me.
Era aquela garota novamente. A mascarada.
- Então? – perguntei, motivando-a a me responder.
- Você está enganada. - sua voz era suave e fina como seda, assim como em meus sonhos, mas a diferença é que desta vez era real. 
- Quanto ao que? - perguntei, confusa. 
- Eu não sou Sarah Dolman. - ela esclareceu. 
- Então quem? Você tem alguma informação sobre ela?
- Sim. – ela respondeu, vagamente.
- Então conte-me.
- Não posso. - ela respondeu, me encarando fixamente. - Mas você descobrirá.
- Você não vai desaparecer novamente, não é?
- Por enquanto não.
- Por que chamou-me aqui?
- Para te contar, mas apenas o necessário. Paul e Anna estão encarregados de contar o restante da história. Eles já deveriam ter contado à você.
- Contar o que? Quem são Paul e Anna? – perguntei, ao mesmo tempo que me lembrava de um sonho que tivera, antes da formatura.
- Você é ela, não é? – perguntei. – Digo, a garota que eu vi em meu sonho, Victoria?
- Não posso dizer nada mais que o necessário. – ela respondeu, hesitando.
- Apenas diga que sim ou não.
- Pergunte à Paul e Anna sobre Sophie.
- Eu já disse que não conheço Paul e Anna. – respondi, irritando-me.
- Eles são mais próximos de você do que pode imaginar. – ela respondeu. Sua voz era tão suave que eu tive a sensação de estar sonhando. – Eu só lhe peço que proteja esse diário. A maldição não pode voltar a ocorrer.
- Maldição? Mas que maldição?
- Natalie! – uma voz estridente e mandona veio da direção da entrada da trilha. A mascarada desaparecera.
- Vovô? Vovó? Catherine? O que fazem aqui? – perguntei, entre surpresa e amedrontada.
- Eu liguei para a sua casa, perguntando se você tinha melhorado. – Catherine se prontificou a responder. – Mas seus avós disseram que você tinha saído comigo. Eles me perguntaram se eu sabia onde você estava, então eu disse que não, e que você estava agindo estranho desde que voltamos do cemitério, como se você tivesse visto um fantasma, ou algo do tipo. Então, eles tiveram a ideia de vir para cá.
- Como sabiam que eu estava aqui?
- Quando Catherine falou em fantasma, uma ideia súbita me veio a cabeça. – respondeu vovó.
- Ontem a noite você nos falou que tinha visto uma garota mascarada.
- Falei? – perguntei, franzindo o cenho. – Não me lembro disso.
- Mas você falou. – replicou vovó.
- Ficamos com medo de que estivesse se encontrando com Victoria!
- Como sabem o nome dela?
Eles estremeceram.
- Bem, acho que está na hora de que lhe revelar tudo. Vamos para casa.
- Mas como vocês sabem que a mascarada chama-se Victoria? – perguntei, insistindo no assunto. – E qual o problema de me encontrar com ela?
- Querida... – começou vovô, colocando as mãos sob meus ombros. – Victoria está morta! 
***
Olá pessoas. 
Eu havia prometido à Mariana que 
postaria todas as partes que faltavam do 
capítulo 2, 
mas só faltava essa parte. 
O capítulo 3 começa em breve, 
aguardo a opinião de todos vocês. 

Beijos, 

Juliana. 


6 comentários:

  1. Uhhhuuu, que ótimo!!! Eu já estava fazendo plantão no seu blog, hahah.
    Eu acho que a cena do cemitério deveria ter sido mais extensa, mas não tenho do que reclamar. Você tem um leve senso de humor, gostei da parte "Eu estava mentindo para meus avós e mais ainda para minha melhor amiga, apenas para encontrar uma garota misteriosa em um cemitério no meio da noite.
    Nada fora do comum".
    Haha, sou sua fã Juuu.

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    1. Olá Mari, obrigada pelo carinho querida*-*
      Para falar a verdade, todo o senso de humor da minha família foi para meu irmão e meus primos. Mas eu tento, rs.

      Bom final de semana,

      beijos,

      Juliana.

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  2. Aaaaah, eu tinha esquecido de comentar, mas adorei esse final, com " A Vitória está morta!". Mas se ela está morta, como a Nat fala com ela?

    Beijooooooooooooooos

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    1. Huum, isso eu não posso contar, rs. Mas lembre-se: a mascarada em momento algum disse que se chamava Victoria.

      Beijos,

      Juliana.

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  3. Olá, é a Giovana de novo. Gostei muito do capítulo, quando começa o terceiro? bjos.

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    1. Olá Gio*-* Na verdade eu não sei, rs. Eu demorarei um pouco mais, pois estou estudando muito. Hoje não dá mesmo, amanhã também não. Talvez na quarta, mas não é certeza.

      Beijos,

      Juliana.

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