10/11/2012

Capítulo 2 - Parte 3

No capítulo anterior: 

"Dei um leve aceno com a cabeça em concordância, embora ainda não tinha me dado por vencida. 
Vovó tivera a sorte de que eu estava exausta demais para discutir, mas amanhã eu tiraria essa história a limpo, e descobriria a verdade de uma vez por todas. 
Amanhã... "

Capítulo 2  - Uma noite no cemitério - Parte 3 


O dia já amanhecera.
Eu senti minha cabeça doer muito, e minhas têmporas pareciam prestes a explodir. 
Talvez pelo fato de meu sonho ter me intrigado tanto. 
Eu sonhara novamente com a casa da família Dolman.
A linhagem Dolman era minha parte materna. Como sabem, eu não conheci minha mãe então não vejo motivos para conhecer aquela casa.
Talvez meu subquociente tenha criado aquele lugar, não sei.
Mas o fato é que eu tinha visto aquela garota.
A tal da mascarada.
Ela me guiara pela entrada, e abrira a porta para mim.
A sala era de uma dimensão quase inacreditável. Embora os móveis estivessem gastos pelo tempo, ainda apresentavam uma beleza indiscutível. Era um lugar o qual seria agradável passar uma tarde com pessoas mais velhas, tomando chá. 
Os cantos das paredes apresentavam teias de aranha, que desciam do teto até metade delas. Os móveis estavam empoeirados, como se há muito a casa não fosse habitada. Afinal, a casa estava abandonada. 
A menina me mostrara uma porta que ficava ao lado da escada.
- Abra! – ela ordenou para mim, com uma voz suave e fina.
Aproximei-me da porta, mas não consegui abri-la. Eu puxei mais fortemente a maçaneta, mas não consegui abri-la. 
- Está trancada! – anunciei, mas quando olhei para trás, a garota tinha desaparecido, como da última vez.
Eu sabia que algo importante estava do outro lado da porta, embora não fizesse a mínima ideia do que poderia ser. 
***
- Natalie, venha tomar café da manhã! – vovó anunciou.
- Já estou indo. – gritei de volta.
Prendi minhas madeixas rapidamente. Abri a primeira gaveta do criado-mudo e tomei em minhas mãos o lenço que encontrara na noite anterior.
 Como eu sabia que ele poderia ser importante, eu amarrara o lenço na minha canela esquerda na noite anterior, pelo menos assim ninguém o encontraria, e eu poderia analisá-lo melhor. 
“Meninas de Seda”.
Era o que estava escrito nele.
Tive uma sensação ruim de déjà vu. Meus braços estremeceram e senti meu sangue fervendo em minhas veias. Minha cabeça começou a pesar sob meu ombro e senti que desmaiaria.
- Preciso de um remédio para dor de cabeça! – falei, me apoiando à parede.
Eu estava fora do meu quarto. Ainda apoiada à parede, ouvi passos atrás de mim. Virei-me, mas não encontrei ninguém, apenas um vácuo. 
- Natalie! - uma voz fina e suave chamou meu nome, mas quando olhei novamente para o local, não vi ninguém. 
- Natalie! - a mesma voz me chamou novamente, mas antes que eu pudesse me virar, uma loira alta apareceu na minha frente. 
- Catherine! – exclamei, assim que adentrei a cozinha, fixando o olhar em minha amiga. – O que faz aqui tão cedo?
- Eu dormi aqui, bobinha. – respondeu ela, levantando-se em um salto para me abraçar.
- Dormiu aqui? Mas como? – perguntei, ainda confusa.
- Não lembra que tínhamos combinado? – ela levantou levemente a sobrancelha direita.
Agora que ela citara, eu realmente me lembrava de ter dito algo do tipo.
Nós tínhamos combinado que ficaríamos juntas no domingo, pra fazermos coisas “normais” de adolescentes, como ir ao Shopping, visitar diversas lojas de roupas e joias e não comprar nada, e assistir mais um filme clichê que retrate alguma coisa fútil do cotidiano. Tais coisas que eu não fazia há muito tempo.
- Verdade. Agora me lembro. Pensei que não viria mais.
- E o que lhe fez pensar nisso? Não vai me dizer que pensou que eu me afastaria de você só por...
- Não, não. Não foi isso que eu quis dizer. – falei, tentando me retratar. – É que eu pensei que tivesse esquecido.
- Eu jamais poderia esquecer disso. Afinal, é nesse momento que você mais precisa de mim.
- Obrigada.
- Imagina. Amigos são iguais a facebook. Servimos para curtir momentos felizes juntas, e compartilhamos momentos tristes.
Sorri em agradecimento.
- Você teve notícias dos pais de Brittany? 
- Sim, Cáthia me ligou hoje. Ela disse que o enterro foi marcado para hoje, às 16h00.
Respirei fundo , e anunciei sem pestanejar.
- Eu quero ir. 
- Você sabe que não será bem recebida.
- Eu sei. Mas eu sinto... que devo fazer isso.
- Você sente? - ela arqueou a sobrancelha, olhando desconfiada para mim. 
- Sim. No meu íntimo eu sei que é uma ideia ruim e precipitada, mas eu preciso fazer isso. Preciso vem Brittany uma última vez. Mesmo que ela tenha sido tão ruim comigo.
***
Me desculpem a demora. 
O segundo capítulo será maior do que o primeiro, 
então já estou editando tudo. 
Beijos, 

Juliana. 

2 comentários:

  1. Huuum, gostei. Uma pontada de mistério. O que acontecerá na próxima parte? Dê spoiler, kkkkkkkk,
    beiijos

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    1. Olá Mari, então, eu não posso dar nenhum spoiler, para não estragar o mistério, rsrs,

      O próximo capítulo sai hoje,

      beijoooos

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