No capítulo anterior:
"- E o que ela pode fazer? - o delegado retrucou, limpando a saliva que atingira em cheio sua face. - Fugir do país?
Ele soltou uma gargalhada, mas por um breve instante, considerei aquela hipótese. "
Capítulo 2- Uma noite no cemitério - Parte 2
-
Posso sair então?
-
A senhorita está liberada. Mas fique sabendo que enquanto não descobrirmos quem
matou a garota, a senhorita não poderá sair do país, nem do estado. Acho bom ficar
na cidade também.
Assenti
levemente com a cabeça e saí.
-
Você está bem? - Catherine perguntou, assim que me viu saindo do gabinete do
delegado.
-
Claro. Nem completei 15 anos ainda e já tenho ficha criminal. Melhor
impossível.
-
Estamos falando sério. - retrucou David. - O que ficou resolvido?
-
Por enquanto, nada. - respondi, tentando colocar minhas mãos no bolso, mas logo
desisti, pois lembrei que estava de vestido.
-
Ficamos sabendo que a garota encontrada morta era Brittany. - falou Cáthia,
fazendo um biquinho ao terminar.
-
Sim. - respondi, olhando para baixo.
-
Puxa, você está ferrada. - disse Joe, enlaçando Catherine pela cintura.
Levantei
meus olhos e fixei-os em Joe.
-
Por quê, exatamente? - perguntei, franzindo o cenho.
-
Todos sabem que vocês se odiavam. - ele respondeu, dando de ombros.
-
E fora aquela ameaça de morte que você fizera a ela algum tempo atrás. -
completou David, como sempre, para ajudar.
-
Ah, mas vocês sabem perfeitamente que aquilo não foi sério. Além do mais, eu
passei a noite toda dançando com Marc. Isso seria improvável. - exclamei,
esperando que Marc afirmasse, mas ele estava olhando fixamente para a
porta.
-
Claro, claro! - Catherine olhou bem em meus olhos, deu-me um leve tapa nas
costas e tentou me consolar.
- Após fazerem a autópsia, você será
inocentada. - declarou Cáthia, pela primeira vez simpática comigo.
Seu
tom de voz ficou cada vez mais suave e distante.
De
repente, lembrei-me novamente do sonho mais recente que eu tivera.
A
garota ruiva que estava sendo acusada de algo. Mas eu não sabia o que era. Sua
vida parecia bem similar à minha sob aquele aspecto.
Eu
estava sendo acusada, e injustamente.
-
Natalie, você está bem? - perguntou vovó, aproximando-se e me tirando daquele
breve devaneio.
Gesticulei
um gesto de afirmativa com a cabeça.
Ela
analisou-me minuciosamente, e, após constatar que eu estava bem, suas feições
mudaram.
Seu
olhar se tornou rude, seus lábios contraíram-se ameaçadoramente e ela bufava
pela narinas, como se estivesse a ponto de soltar fogo.
-
Que história é essa de que você está sendo acusada de assassinato? Essa foi a
educação que eu te dei?
A
cada palavra que ela falava, aumentava seu tom de voz e expelia saliva em
mim.
-
Calma querida! - Vovô tentou amansá-la, mas ela estava muito furiosa.
-
Calma um ova. - ela disse, se desvencilhando da mão dele, que tocava seu ombro.
- Você mocinha, me decepcionou muito. Eu não te criei sua vida inteira para que
em uma única noite você conseguisse estragar o meu Bingo!
-
A senhora está mais preocupada com esse seu Bingo idiota do que meu bem-estar?
-
NÃO FALE ASSIM COMIGO! Eu não te criei para você virar uma assassina, assim
como a sua mãe.
Silêncio
total.
Vovó
pôs as mãos na boca, como se arrependesse por ter feito aquela revelação de uma
forma tão dura, mas não teria como voltar atrás.
Eu
senti minhas cordas vocais darem um nó em minha garganta.
Então
aquele era o motivo de meus avós odiarem tanto a minha mãe?
Ela
era uma assassina?
-
Este não é o momento adequado para contar tudo para ela. - meu avô falou em tom
baixo, mas minha audição era mais apurada do que a das outras pessoas.
-
Contar o que? - senti alívio por ainda conseguir falar, embora estivesse
decepcionada que o som tivesse saído tão meloso.
Eles
se entreolharam novamente. Dessa vez foi vovô que falou:
-
Nós te contaremos, meu bem. No tempo certo.
-
Por que vocês insistem tanto em esconderem de mim? Acham que eu sou fraca, para
não aguentar a verdade, seja ela qual for? - eles ficaram mudos, como se
estivessem sido intimidados. Mas eu poderia ponderar. Inconscientemente, eu
alterara meu tom de voz e estava gritando com os dois. Quando me deparei,
tentei reparar meu erro: - Desculpem-me.
Era
impressionante, mas a palavra 'desculpe' precedida ao pronome oblíquo 'me',
haviam se tornado hábito na minha vida.
-
Tudo bem, querida. - Vovô falou. - Vamos para casa, você precisará
descansar.
Dei
um leve aceno com a cabeça em concordância, embora ainda não tinha me dado por
vencida.
Vovó
tivera a sorte de que eu estava exausta demais para discutir, mas amanhã eu
tiraria essa história a limpo, e descobriria a verdade de uma vez por
todas.
Amanhã...
Já percebi que você gosta de ironia e sarcasmo, kkkkkk. Então a mãe dela era uma assassina????? Quero ler logo a próxima parte do capítulo. Os avos dela falarão a verdade? Dê algum spoiler, não me importo, kkkkk, beijooooooooooooooooos
ResponderExcluirSim, eu adoro ironia, sarcasmo, kkkk. Sobre a mãe dela ser assassina, isso é algo que só descobrirá quase no final, rsrs. Ela conversará com os avós dela, eles revelarão a verdade, mas não toda.
ExcluirBeijoos,
Juliana.
Huuum, só pelo fato de revelarem a verdade já é um bom caminho. Mas quando ela descobrirá tudo? Estou curiosa, hahahahah, beijooooooooooos
ExcluirTente controlar sua ansiedade, pois demorará muito... mas espero que eu faça valer a pena. A próxima parte sairá amanhã, já está escrita, fala revisar,
Excluirbeijos,
Juliana.
Difícil me controlar, kkkkk. Mas tenho certeza de que valerá a pena sim. Terá continuação, quero dizer, um segundo livro????
ExcluirBeiiiijooos
Pretendo, rsrs. Na verdade, já está mais do que confirmado que terei o segundo livro. Eu não sei se pararei por aí, ou terão 3º, 4º... enfim, mas o segundo é certeza,
Excluirbeijos,
Juliana.